Paisagismo para condomínios horizontais parece caixinha de segredos! Cada novo projeto é motivo de intensa agitação mental pois não dá prá saber antecipadamente o que vai acontecer com o programa projetual! Depois de pronto, o projeto, vem a outra novidade: como será a execução?! Projeto e Execução! É impressionante a distância que existe entre eles! Depende de quem administra, depende dos condôminos, depende da adaptação das plantas, depende do tempo necessário para a formação dos jardins...Veja o caso do Condomínio Residencial Aldeia do Vale. O projeto obedeceu as determinações do Plano de Preservação Ambiental, elaborado anteriormente sob a coordenação de Suzy Simon. O referido plano previa diretrizes para as áreas públicas e para as áreas privativas formando um conjunto paisagístico harmonizado com a paisagem natural do lugar.
Assim, o Projeto Paisagístico, definiu uma área, ao longo das ruas, para recuperação das árvores nativas das matas do lugar, dessa forma seria possível recuperar parte da mata perdida no processo de implantação do sistema viário e dos equipamentos de uso comunitário. O que aconteceu durante o processo de implantação do projeto? O sonho do proprietário do terreno nem sempre se harmonizou com a proposta paisagística! Isso foi um fato incompreensível para a maioria dos moradores do condomínio, pois a maioria adquiriu lote no Aldeia do Vale para usufruir da maravilha de sua paisagem natural, enquanto alguns preferiram retirar a vegetação nativa e plantar Tuias e Ciprestes. É impressionante como as pessoas são complicadas! É muito mais simples perguntar antes e decidir depois! Isso evita inúmeros dissabores! Mas humanos são humanos! Devemos amá-los em sua diversidade comportamental e multiplicidades de valores. Daí, vou deixar as questões mais complexas para a Academia, e mostrar neste blog os bons resultados da implantação do Projeto Paisagístico do Condomínio Residencial Aldeia do Vale, o qual nesta altura do campeonato já recebeu interferências e colaboração de várias cabeças!
Também vou mostrar detalhes de outros condomínios cujos projetos paisagísticos foram de minha autoria, ora trabalhando individualmente, ora em equipe, ora projeto novo, ora de requalificação... Mas acho que vai demorar um pouco chegar no final dessa postagem! Vou começar pelo Aldeia do Vale pois dele já tenho várias imagens.
Espécies introduzidas, com aproximadamente 4 anos de plantio. 
Uma paineira de 10 anos já alegrando o ambiente com suas flores e alimentando os Beija-flores.
As belas rotatórias do Aldeia do Vale! Tanta gente já deu palpite! Tanta gente já promoveu alterações no projeto original! Cada um que chega vai colocando um detalhe a mais sobre o outro já existente! Assim, o ambiente vai se tormando cada vez mais bonito. Acho que o mais importante de um projeto paisagístico dessa natureza é criar um princípio de projeto, a partir do qual as ações individuais, quando acontecem, possam ser dirigidas segundo os interesses compositivos definidos no início do processo. Se o princípio projetual não for claro, a idéia acaba se perdendo ao longo do tempo.
Muitas Agaves! Um dos problemas aqui era economizar água. Sustentabilidade ambiental e viabilidade econômica caminhando junto. Alguns exageros necessários: a rotatória da Sumaúma - Ceiba petandra - demorou um pouco ser plantada pois não achavam muda de Sumaúma! É que o projeto paisagístico estabeleceu como princípio criar uma mostra botânica de espécies arbóreas brasileiras, priorizando espécies dos Cerrados, mas, não excluindo os outros domínios paisagísticos, inclusive estrangeiros: algumas árvores troquilógamas exóticas também foram introduzidas para reforçar a oferta de alimento para os beija-flores.
A charmosa rotatória da entrada sofreu um acidente devido uma ventania, o resultado foi a morte de uma de suas palmeiras já com 10 anos de plantio. Como se não bastassem as ocorrências naturais, o outro problema do jardim da rotatória foi a falta de sensibilidade estética de quem mandou plantar um poste de concreto no centro do círculo, o que desvalorizou a composição paisagística e a escultura da Maria Guilhermina! Tem gente que não atina, mesmo!
As Tamareiras-de-Jardim - Phoenix roebelenii - foram plantadas em conjunto há 10 anos, hoje estão lindas, mas na época do plantio eram muito pequenas, pois a aquisição de milhares de mudas exigia economia no preço unitário, então aconteceram coisas impensadas na época: troca de especificação em várias situações. Uma lástima! No caso das Tamareiras-de-Jardim, com o passar do tempo foram se destacando algumas mudas das gigantescas Phoenix dactilifera que foram plantadas por "engano". Estão frutificando e colaborando com a alimentação da fauna e de alguns humanos que se arriscam provando seus frutos.
É muito bom ver que os novos plantios, feitos a 4 anos deram certo. A estrutura de manutenção da vegetação do Condomínio passou por um processo de reestruturação, no qual a administração assumiu parte dos cuidados com os jardins, deixando para a terceirização os serviços que não fossem essenciais. Isso funcionou bem.
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